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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Aparição de Nossa Senhora das Flores ou Madona das Flores de Bra






A tradição secular conta que na periferia da cidade de Bra, em Cuneo, Nordeste da Itália, na estrada que hoje conduz a Turim, existiam duas trilhas campestres que se uniam num só caminho, conduzindo ao centro habitado.

Nele havia um muro de pedra, circundado por olmos, plátanos e arbustos de ameixas silvestres, com um nicho contendo singela imagem de Nossa Senhora, pintada por mãos inábeis.

No frio anoitecer de 29 de dezembro de 1336, uma jovem esposa de nome Egídia Mathis, quase no final da gravidez, voltava para casa, quando foi assediada por dois soldados mercenários, mal-intencionados, que queriam violentá-la.

 Desesperada, não sabendo como se defender de ambos, Egídia correu agarrando-se à imagem de Nossa Senhora, caindo de joelhos e invocando o seu auxílio.








 
Inesperadamente, uma luz muito forte jorrou do nicho, cegando os dois soldados, que fugiram apavorados.

Em seguida, Nossa Senhora tornou-se visível a Egídia, reconfortando-a por alguns minutos e assegurando-lhe que o perigo havia passado.

A moça, cansada da exaustiva corrida, teve antecipadas as dores do parto e deu à luz um menino, entre os arbustos das ameixeiras silvestres, ressequidos pelo rigoroso inverno.

Ao lado dela, permanecia Nossa Senhora a confortá-la com doces palavras.

Egídia, após ter recobrado as forças, agradeceu a bela Senhora, e, com o recém-nascido nos braços, envolto numa mantinha, conseguiu chegar a uma casa das proximidades.









O MILAGRE DAS FLORES EM PLENO INVERNO

 

A notícia da prodigiosa aparição se espalhou: apesar da hora tardia, uma multidão acorreu ao local da agressão e da aparição, onde a aguardava um espetáculo extraordinário:

as ameixeiras silvestres ressequidas - como em cada inverno -, que rodeavam o nicho onde estava Nossa Senhora, de súbito tornaram-se maravilhosamente floridas, cobertas de flores brancas, apesar do clima rigoroso daquele final de dezembro.

Surpresa maior, porém, foi verificar que, as que estavam mais distantes do referido muro, continuavam sem flores.

Desde então, a cada inverno se repete o misterioso e excepcional desabrochar das flores brancas de Nossa Senhora, com antecipação de três meses.

Assim surgiu em Bra a devoção à Nossa Senhora das Flores, que recebeu, imediatamente, sua primeira capela, no local da Aparição.










Em 1626 esta capela deu lugar a um Santuário onde foi erguida uma alta coluna para a estátua da Virgem, no meio das ameixeiras











O INEXPLICÁVEL FENÔMENO DAS FLORES NO INVERNO E A CIÊNCIA

Para tristeza dos que não crêem e alegria dos que têm fé, aparecem cada vez mais fenômenos religiosos que a ciência só pode definir como inexplicáveis.







O papel do cientista não é declarar que algum acontecimento é ou não milagre.

 Isso corresponde às autoridades religiosas.

O papel dele é analisar com rigor científico os dados apurados e verificar se há ou não uma explicação do ponto de vista das leis admitidas pela ciência que ele estuda.

Um médico especialista em câncer, por exemplo, não pode decidir se houve milagre em determinado caso de cura. Ele apenas analisa se uma cura que ocorreu é possível ou provável de acordo com a prática médica.

Após isto ele emite o veredicto: tal fato é explicável; ou é inexplicável.


Vejamos o exemplo de um fato inexplicável de acordo com o veredicto dos cientistas. Um fato que se repete há mais de 600 anos, e vem sendo analisado de forma científica há quase 300 anos, que é o milagre de Nossa Senhora em Bra.





Um florescimento impossível











 

Como se sabe, no inverno não desabrocham flores, e o motivo é simples: a temperatura não permite que elas floresçam.

 Quando neva, as dificuldades para o surgimento das flores aumentam ainda mais. Isso é até uma banalidade para qualquer pessoa que viva em regiões com as quatro estações bem definidas.

 
Na Itália há um arbusto da família das rosas (o nome científico é Prunus spinosa L.), que alcança três metros de altura e é muito usado para erguer cercas vivas ao redor de jardins. Floresce de março a abril, ou seja, na primavera.

Mas num local da cidade de Bra, naquele país, as flores aparecem em dezembro, portanto no inverno, e duram ao redor de 20 dias, mas tem acontecido de durarem muito mais.

Isto ocorre independentemente de haver ou não sol, ou se existe pouca, muita ou nenhuma neve.

Mais chamativo ainda é o fato de plantas do mesmo tipo, cultivadas na vizinhança, não se comportarem assim; e quando uma muda desta planta é levada para outro lugar, ela segue comportando-se de forma excepcional.









 

Estudos científicos sobre o florescimento impossível de Bra têm sido feitos desde 1700 pelo Jardim Botânico da Universidade de Turim.

Em 1882, Giuseppe Lanvini declarava que “o fenômeno transcende as leis físicas e biológicas”, confirmando o parecer emitido em 1817 por Lorenzo Roberto, químico e agrônomo de Alba. Em 1974, Franco Montacchini, que depois tornou-se diretor do Jardim Botânico, diagnosticou a perda do normal termoperíodo por parte da planta, e acrescentou: “Necessitaríamos determinar o motivo disto”.

Um dos mais famosos botânicos italianos, Augusto Béguinot, depois de rigorosas comparações das análises químicas realizadas em plantas comuns desse gênero (Prunus) e nesta planta Prunus extraordinária (as análises confirmaram que elas são idênticas), excluiu que o florescimento em dezembro seja devido a “alguma qualidade específica que se possa constatar quimicamente”.

Com humildade ele conclui:

“Como cientista, não conheço e não uso a palavra milagre,
mas justamente como cientista devo dizer que as leis naturais que dirigem a vida dos Prunus spinosa não são suficientes para explicar este fenômeno extraordinário de um duplo florescimento”.*


Seria facílimo para os incrédulos, ou para os inimigos de nossa Religião, constatar e demonstrar alguma falsidade no caso, se ela existisse.

Tendo a ciência e a técnica chegado a grande desenvolvimento, ficariam eles encantados em mostrar ao mundo um caso de tapeação, acobertado sob a aparência dum milagre.

Poderiam, por exemplo, procurar algum documento histórico que demonstrasse a existência desse fenômeno antes de 1336.

Não faltariam tais documentos num país como a Itália, que conserva a tradição de guardá-los cuidadosamente desde o Império Romano. Também poderiam realizar outros tipos de testes científicos, buscando uma explicação natural.

Acontece que esses testes foram realizados. Alguns analisaram o terreno, para verificar se por algum motivo a terra onde se encontra a planta é diferente do solo dos arredores.

Nada encontraram.

Outros realizaram provas eletromagnéticas, pensando que talvez alguma corrente subterrânea pudesse provocar fenômeno tão estranho. Igualmente ficaram desapontados.

Apenas puderam constatar, como cabe aos cientistas, que o fenômeno é inexplicável.











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